Sei que quanto mais sei menos sei
As restrições que podem fazer a amplitude do nível de ação da liberdade individual são tantos que não se pode descartar, de maneira nenhuma, a posibilidade de assumir como verdadeira a hipótese do determinismo individual. Porém, por outro lado, as possibilidades de determinação dos limites da liberdade individual parecem fora do alcance da sabedoria individual e da ciência social, devido a fraqueza da causalidade no que se refere a existência individual de possibilidades. Uma via de acesso ao conhecimento da liberdade individual deve ser (suponho) o exercício de estruturação dos conhecimentos sobre as restrições da liberdade individual e das restrições a hipótese determinista por aplicação de ceticismo. O ceticismo é sempre um dos caminhos.
Ou seja:
A liberdade de cada um
É reduzida pelas suas condições físicas,
Pelas suas relações sociais;
Pelo momento histórico no qual devem;
Pelas decisões que toma,
No mesmo tanto que o passado está morto;
Pela linguagem que utiliza,
Por limitada e arbitraria;
Pelos desejos,
Que não são nossos,
Senão que nós somos deles;
Pela ignorância,
Que se mostra cada dia maior;
Pelo medo,
Que aumenta com o tamanho da ignorância...
Indeterminadas coisas mais,
Talvez aí esteja a liberdade,
Maltrapilha e prostituida,
Sentindo-se por fim
Reconhecida e encontrada.
Frente a um estado tão calamitoso daquilo que se podia chamar liberdade, me sobrevem uma esperança de que ser determinado, atado, açoitado pelo azar e pela sorte, pode ser uma maneira mais realista e confortável de ver as coisas. O problema é a persistente desconfiança que acompanha aquele que sente a obrigação de fazer escolhas sem conhecer os objetivos últimos, ou mais exatamente, sem acreditar na existência da vontade definitiva, nem propia nem absoluta.
miércoles, 30 de septiembre de 2009
Serie Rabiscos loucos no fundo do caderno. I
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