miércoles, 30 de septiembre de 2009

Serie Rabiscos loucos no fundo do caderno. I

Sei que quanto mais sei menos sei

As restrições que podem fazer a amplitude do nível de ação da liberdade individual são tantos que não se pode descartar, de maneira nenhuma, a posibilidade de assumir como verdadeira a hipótese do determinismo individual. Porém, por outro lado, as possibilidades de determinação dos limites da liberdade individual parecem fora do alcance da sabedoria individual e da ciência social, devido a fraqueza da causalidade no que se refere a existência individual de possibilidades. Uma via de acesso ao conhecimento da liberdade individual deve ser (suponho) o exercício de estruturação dos conhecimentos sobre as restrições da liberdade individual e das restrições a hipótese determinista por aplicação de ceticismo. O ceticismo é sempre um dos caminhos.

Ou seja:

A liberdade de cada um
É reduzida pelas suas condições físicas,
Pelas suas relações sociais;
Pelo momento histórico no qual devem;
Pelas decisões que toma,
No mesmo tanto que o passado está morto;
Pela linguagem que utiliza,
Por limitada e arbitraria;
Pelos desejos,
Que não são nossos,
Senão que nós somos deles;
Pela ignorância,
Que se mostra cada dia maior;
Pelo medo,
Que aumenta com o tamanho da ignorância...
Indeterminadas coisas mais,
Talvez aí esteja a liberdade,
Maltrapilha e prostituida,
Sentindo-se por fim
Reconhecida e encontrada.

Frente a um estado tão calamitoso daquilo que se podia chamar liberdade, me sobrevem uma esperança de que ser determinado, atado, açoitado pelo azar e pela sorte, pode ser uma maneira mais realista e confortável de ver as coisas. O problema é a persistente desconfiança que acompanha aquele que sente a obrigação de fazer escolhas sem conhecer os objetivos últimos, ou mais exatamente, sem acreditar na existência da vontade definitiva, nem propia nem absoluta.

1 comentario:

Blog Dele dijo...

:0

fiquei assim.

Muito bom.