jueves, 1 de julio de 2010

Uma decisão


Escrever é foda.

Decidi escrever, mas não consigo. Imagine uma peso pesado no chão, que você tem que levantar, mas um peso bem pesado mesmo. Você puxa, parece até que dava pra levantar, mas nem faz barulho quando "cai". É foda.

E aí você apela, nem aí você é original, Arquimedes mandou você arrumar um ponto e alavancar com um pau, pois vai. Escreve livre, se apoia na ignorancia, na falta de assunto, na incapacidade para descrever essa vida completamente extraordinaria que você vive, tão extraordinaria como a de todos que estão a sua volta, o que te faz mais extraordinario ainda. Ou seja, eu sou um escritor do caralho, minha vida é perfeita para gerar páginas e páginas memóraveis. Eu só não sei de gramática, não tenho muita cultura literária, nao escrevi muitas páginas, não gosto do que eu escrevo e nem sei se vale a pena escrever. A situação é simples e dificil. E minha letra é muito feia.

É interessante, comecei falando de você, me identifiquei com você, me gabei e me escaldei, em um parágrafo só. Isso não deve ser positivo, ainda mas quando se considera que eu não estou escrevendo sobre nada, apenas uma decisão e uma frustração.

O bom é que as coisas se multiplicam, cada palavra é algo muito mais reflexivo que um espelho. As coisas se flexionam, logo as palavras reflexionan, e aí já estão multiplicadas.

Por ejemplo: a decisão de escrever pode não ser nada relevante, se só se considera isso como minha decisão, desse corpo magro e cabeludo rotulado Pablo Silva Arruti ou Pablo Barcia Silva, segundo a conveniência. Mas se a decisão de escrever é algo propio de todo escritor, não só em cada um dos momentos que escreve, mas também de modo geral no rumo de sua vida, então talvez... sei lá. Ou será que a gente escreve por mania ou loucura, sem nunca decidir por isso realmente? A liberdade se mete por todos os cantos, como um vulto vaidoso, mas basta buscarla que desaparece.

Tenho vontade de chamar a liberdade de puta, mas tenho tido peso na conciencia, tem muita mulher sendo explorada e isso é banalizado cada vez que se pronuncia a palavra "puta". E por favor, eu não tenho nada contra cobrar por sexo, sempre que seja uma opção propia, uma decisão, se é que a puta liberdade pode existir nesses casos. Tem gente que duvida que alguém possa vender livremente o próprio corpo pra disfrute sexual alheio. Eu não. O problema é com liberdade, filha da puta. Você se sente livre?

Game Over

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