sábado, 29 de septiembre de 2007

A mesma face em dois lados da moeda!




Hoje pela tarde, mesmo a distância, fui arrebatado mais uma vez pelo poder das novelas no Brasil. Afinal, ontem era dia de fim de novela e, como nós sabemos, fim de novela, fim de BBB e fim de copa do mundo são da maior relevância para o futuro dos brasileiros, sempre são muito comentados e discutidos, antes, durante e depois.
Wagner Moura é o protagonista de duas obras provavelmente opostas entre si, ambas violentas, de diferentes formas. Eu não vi “Paraíso Tropical”, mas não hesito em dizer que é ridiculamente fútil se comparada a “Tropa de Elite”. Essa expõe e discute problemas sérios da sociedade brasileira, vividos todos os dias e cada dia mais por cada um de nós como violência, desigualdade, corrupção, alienação, etc... Aquela cria uma trama burguesa fantasiosa com o intuito de, a qualquer custo, manter a maior quantidade de pessoas presas em frente a televisão, se aproveitando de nossa curiosidade torpe e da calamitosa falta de opções de entretenimento, principalmente para o público de baixa renda. A pior prisão é a que tenta guiar o nosso pensamento.
Wagner Moura, meu querido conterrâneo, você faz novela por dinheiro, prazer artístico ou como “enzima” na sua carreira? Você não acha que a novela feita hoje no Brasil é prejudicial a capacidade crítica da população? Você acredita que a novela pode assumir uma “responsabilidade social”?

As novelas são vistas durante todo o ano, várias simultaneamente. Filmes com responsabilidade social e conteúdo crítico são muito menos comuns na nossa telinha. Porque as novelas não podem ter responsabilidade social e conteúdo crítico? Porque não é do interesse de quem patrocina a novela, a elite e a classe média que o povo tenha consciência social e capacidade crítica. Os protagonistas do sistema querem o povo fútil. Eu faço parte da elite, isso é uma autocrítica.

lunes, 24 de septiembre de 2007

O Bicho Papão do momento: “O Sistema”.

“O Sistema” tem vontades, tem defeitos e qualidades, inclui todas as pessoas do mundo, é responsável por grande parte dos nossos problemas; não está mais do que claro que o sentido de “O Sistema” precisa ser esclarecido?
É muito fácil culpar “O sistema” pelos problemas sociais e não resolve nada. Eu acredito que esta expressão se refere ao sistema de exploração da maioria da população pelas elites, mas a complexidade da forma de exploração se perde quando se resume a essa expressão. “O Sistema” está dentro de cada um de nós, influenciando em cada um de nossos atos e, principalmente, nossas vontades. É aí que está o principal fator de exploração, que na maior parte do tempo fica encoberto e por isso não se percebe como “reagir” a opressão do sistema. O principal momento de exploração não é o pagamento do salário, é aquilo que se compra com ele, e mais além, aquilo que se quer comprar. A alienação das vontades atinge com a mesma intensidade todas as classes sociais, é ela a principal “engrenagem” do sistema.
Os pobres sentem-se prejudicados por não poder ter o que os ricos têm e guiam a vida para conseguir um dia serem ricos; os ricos sentem-se especiais pelo que têm e guiam a vida para manter o que têm e conseguir mais, afinal “as posses nunca são suficientes” é característica essencial do sistema. Estão tão absorvidos na falsa importância de um carro de luxo ou um tênis caro que não percebem que os principais problemas sociais e pessoais não têm nada a ver com nossas posses. Existem exceções nas duas classes, mas o “sistema” insiste em posicionar as pessoas num lado ou em outro, dependendo da situação.
O “sistema” é o “qualquer”, o “homem-comum”, o “bom-senso”. É claro que o “sistema” é mal, perverso, todos sabem. Porém poucos se comportam contra a regra básica do sistema, “as posses nunca são suficientes”. Se “alguém” tivesse que viver na época da escravidão no Brasil e pudesse escolher entre nascer branco filho de Português ou negro filho da África, que escolheria? E hoje em dia, em Salvador da Bahia, nascer filho de pedreiro ou de engenheiro? Seja qual for, queremos ser aquele que tem mais dinheiro. A gente reafirma o sistema todos os dias, seja na frente da televisão, fazendo compras ou trabalhando feito um escravo na construção de um edifício de luxo.
Quem sabe eu não escrevo mais sobre o sistema? Eu gosto desses temas de sistema.

viernes, 14 de septiembre de 2007






Mas uma vez, quero escrever por acreditar que posso transmitir claramente toda aquela sensação de plena absorção da vida, de serenidade, mas não sei como começar. De que dizer, se eu sei tudo mas não sei nada determinado? Ou será que, exatamente por eu ser indeterminado, eu acredito que “já sei tudo”? Estando infiltrado em tudo, sendo o que dá fluidez ao mundo, eu acabo por me confundir com o mundo, confundir o “ser” com o “saber”.
Acabo de deixar a torneira da mente aberta ao máximo. Dá um pouco de vergonha, molha, é um pouco incomodo, mas de algo deve servir. Eu tento escrever aquilo sabendo, desde o principio, que os caminhos que meu pensamento trilhou no primeiro momento provavelmente não conseguiram se encaixar plenamente no momento de escrever, nem entre si nem com a atual vontade de escrever. Mas quando eu releio absorvo algo em/de mim, algo bruto que eu não conseguiria absorver se no momento de escrever eu fosse plenamente critico comigo mesmo, ou seja, se eu fosse comedido. Vamos tentar reescrever o último parágrafo, agora com cuidado, agora que já sei sobre o que escrever, escrever sobre o escrever:
No momento que começo a escrever sem saber exatamente o porquê, a confusão mental me leva a escrever que sei de tudo, que vivo a vida “bem vivida”. Frente a essa ridícula afirmação por escrito, repetida mil vezes dentro de mim desde sempre (como se um oráculo de mascarados continuamente aprovassem meu viver), eu tento construir um pensamento baseado em algo que eu já pensei para me contradizer, ou seja, para escrever minha contradição e acabar bem o parágrafo. O problema é que essa turba de pensamentos é o suficiente para tornar o parágrafo nublado e escorregadio, servindo apenas para um estudo parecido com o que os homens fariam com os extraterrestres, se eles pudessem ser descritos com o mesmo boneco de palitinhos, apenas com a cabeça um pouco maior.
Outra vez, no final do parágrafo, não resisti em desembestar em exemplos loucos e impróprios. Gostei, vou tentar desembestar agora de forma mais desvairada.
“Onde cê vai eu também vou”, disse Raul. Ou seja, nós todos vamos para o mesmo lugar, não vale a pena ficar podando os pensamentos em nome de um texto claro. Quem disso que o texto claro é mais preciso quanto ao que eu sou do que o texto obscuro? Obscuro de que forma? Talvez não seja possível manter a lampadinha da mente sempre acesa, ela só acende de vez em quando, os desenhos mostram bem isso. É difícil manter a descarga aberta, meu pensamento insiste em articular o já escrito com o escrever. Como pensamento pode ser tão articulável, articulante, estar sobre nosso “controle” e não ser bem descrito? Heidegger consegue, para mim, exibir as engrenagens do que somos, não física ou espiritualmente, porém da forma que somos e estamos sendo a cada momento. Nossa compreensão do que somos já existe antes pensarmos claramente nas idéias de espírito e corpo em separado e articulados de alguma forma. A prova do desvairo desse parágrafo é que ele devia ser muito mais criativo e menos argumentativo.
“Quem eu sou? da onde eu venho e onde eu vou dar”, as perguntas continuam sempre as mesmas. Mas a gente insiste em sair dessas perguntas. Falar da morte é algo restrito a religião, discutir opiniões sobre a morte é algo nefasto. Uma vez eu disse pra uma menina que a gente tava morrendo a cada segundo, na verdade a gente estava morrendo os segundos, mas claramente a gente estava morrendo aquele momento, sem pensar nisso. Ela quis, por um momento bem morto, negar, dizer que a gente só morre uma vez na vida. Será que a morte começa e termina num momento pontual ou será que a morte está presente durante toda a vida, interferindo nela de várias formas; a vida própria da gente não é uma eterna batalha perdida contra a morte? Ela acabou concordando, mas quis mudar de assunto. A morte é tão presente que a gente nem gosta de falar nela, em geral ficamos perdidos, nunca tranqüilos. Talvez a velhice seja intranqüila por conta dá ridícula tentativa de esquivar-se dá morte enquanto tema de pensamento, o fim da batalha. É como estar perdendo um jogo de final de copa do mundo de 5 a zero aos 35 minutos do segundo tempo e ter que ficar ouvindo olé durante 10 minutos.

domingo, 9 de septiembre de 2007

Isso é noticia. É noticia que Brad Pitt coça o ouvido e faz caretas durante uma premiação. É tão idiota transformar isso em noticia que chega a ser curioso, afinal um absurdo desse deve dizer muito a respeito de nossa sociedade.

Antes da televisão o povo voltava a idolatria a ideais, ideologias, mitos, etc. Guerreavam loucamente em nome de deuses, costumes, culturas, lugares, etc. Hoje ficam vendo televisão, falando das pessoas que apareçam na televisão, muitos com o controle remoto numa mão e uma revista de "celebridades e TV" na outra. A abundante publicidade está ali como se deixada por acaso, as vezes até com uma capa falsa; já perceberam como a publicidade gosta de se camuflar nas coisas? A publicidade quer cobrir toda a nossa visão de mundo. Que idolatria será pior, a alucinante ou a alienante da tv?

Será que eu que sou delirante? Será que a vida do Brad sempre vai ser mais importantes que os questionamentos dos filmes? Será que a culpa é realmente da população, incapaz de se interessar por coisas menos fúteis que isto? Eu acredito que não

Eu reconheço que me interesso por olhar um foto dele com o dedo no nariz, isso não me impede de criticar esse interesse, muito pelo contrário, é por fazer parte da sociedade e ser feito por ela que posso testemunhar a respeito.




http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1891422-EI6584,00.html

Como eu acredito que a televisão pode ser o primeiro super-heroi da história, pois ela é todo mundo e ninguém ao mesmo tempo, tenho esperança na Tv Brasil. Eu tinha vontade de trabalhar lá se ela for como o Beluzzo pretende que ela seja, ou se ela ao menos esteja rumando a ser já bastava. Vamos ver como se desenrolará essa história.

viernes, 7 de septiembre de 2007


A cultura é nossa!
A estrutura reforça!
O rap é compromisso como o missel destroça!

Existe uma única guerra a ser combatida.









Desigualdade social. Dela fazemos parte todos os a habitantes do mundo. Não posso dizer que que seja a única batalha que travamos nessa vida, mas é a mais urgente e geral. Deviamos criar exércitos que teriam como único objetivo guerrear contra os custumes que a mantém. Qual seriam as armas? Tomando em questão o Brasil, que é a realidade social que eu conheço melhor:




O primeiro passo poderia ser abolir a publicidade excessiva do luxo e aumentar a publicidade da necessidade de guerra contra a desigualdade. Todos os dias, através da propaganda, criamos um desejo novo. Queremos um carro, uma jóia, liquidificador, tapete, bijuteria, creme condicionador, tatuagem, viagem, tecnologiaaaaaa; quantos vezes por dia desejamos e calculamos quanto temos que investir para diminuir a desigualdade social? A pior publicidade é aquela das novelas, que são difarçadas dentro de uma ficçao vivida como realidade por grande parte da população. Vivemos desejos tolos e esqueçamos a cada dia nossos desejos mais íntimos.




Abolir a corrida desenfreada pelo lucro. Buscar fazer aquilo que nos satisfaz e que seja produtivo independente da capacidade de ganhar muito dinheiro. Um país desescolarizado não tem capacidade crítica nem diversidade de funções por habitante, ou seja, é necessário estimular a formação de professores com o aumento do salário do professorado e a capacitação das escolas. O país não é capaz de fazer isso se as grandes empresas, que são controladas por uma minoria absurda da população, não "comprarem" a guerra. Se os bancos que tivessem lucros exorbitantes continuassem a crescer dedicando-se apenas a reverter o aumento dos lucros na educação do nosso "Brasil periférico", talvez eles não fossem tidos comos os tubarões econômicos da sociedade, afinal, todo mundo já se sentiu lesado por um banco, ou não? Aqueles que têm menos são os mais lesados, se eu que sou universitário tenho grande dificuldade de entender as taxas do banco, imagine um alfabetizado de nivel rudimentar.




A televisão(principalmente a globo) tinha obrigação de deixar claro aquilo que é ficção e aquilo que é real, expor as propostas de um Brasil melhor com mais afinco do que tem mostrado, esclarecer para a população através de documentários a atual situação politica do país, mostrar o que restou da ditadura dentro dos três poderes e das relações de classe, criar programas de arte que identifiquem o brasileiro com a história da música do seu país, da pintura do seu país, da literatura de seu país. A televisão não pode mais negar o seu carater formador enquanto agente social, deve assumir a sua parcela na civilização do brasileiro, afinal atinge todas as classes sociais em grande parte dos lares, sendo quase um "ente querido".



Todos os filhos do Brasil merecem as mesmas oportunidades? Será que os filhos da elite merecem a disney, barbies, nikes, mc lanches, tudo a mesmo tempo, em detrimento da saúde, saneamento básico, educação e segurança dos filhos da periferia? Será que uma criança já pode nascer com um patrimonio milionário enquanto as outras nascem cheias de prejuízos? abolição da herança!

miércoles, 5 de septiembre de 2007

A Nossa Vida, também bem baiana em Caetano



Fenomenal em todos os sentidos. Um disco em que é indispensável ouvi-lo, ao menos uma vez, da primeira a última faixa em sequência.
Nesse momento estou ouvindo "oração ao tempo", a letra do disco que eu mais gosto, onde caetano diáloga com o tempo e acaba por expôr sua visão de mundo.
Depois vêm uma "beleza pura" em que me sinto eu falando, a vaidade barata e inteligente, a sensualidade, os bairros em que viveu Carís (Federação, Boca do Rio), e aquele repetir "dinheiro não", que eu já me acustumei e que preenche boa parte dos meus debates mas polêmicos.


" Deixa que a minha mão errante adentre Atrás, na frente, em cima, em baixo, entre. Minha América! Minha terra à vista, Reino de paz, se um homem só a conquista, Minha mina preciosa, meu Império,Feliz de quem penetre o teu mistério! Liberto-me ficando teu escravo; Onde cai minha mão, meu selo gravo. Nudez total! Todo o prazer provém De um corpo (como a alma sem corpo) sem Vestes." Veja a sexualidade quase que religiosa desta música. É um trecho poema de um poeta inglés, traduzido para o português por Augusto de Campos, trecho perfeito para um swingado compassadamente erótico.


E isso é o que eu estou com paciência de falar do disco. Ouça e troque idéia porra! Vale a pena...

martes, 4 de septiembre de 2007

Ontologia é coisa crua.

“Eu” e “mundo” dizem a mesma coisa. Isso fica claro quando se percebe que “aquilo” que se projeta em estas palavras, aquilo que eu estou sendo a cada letra e cada movimento integrados não está dentro de um mundo, mas “com” ele. Essa simples conclusão é o mais radical pensamento que eu já colhi lendo Heidegger em Ser e Tempo.
Aquilo que nós mesmos somos a cada vez, que não se repartem numa seqüência de agoras, mas que na maior parte do tempo se move continuamente, como um rio, com momentos de velocidades variadas, é um “fluído” composto de eu e mundo; nunca em separado, nunca como um sujeito e um objeto. É possível analisar os fenômenos eu e mundo em separado, com tanto que se preserve a unidade daquilo que nós mesmos experimentamos a cada momento, esta espécie de “conduzir-nos” na qual nós nos movimentamos cotidianamente, nunca soltos, mas livres para carregar-nos pelo mundo. Nunca uma alma agindo independente de um corpo, nunca uma coisa pensante separada e independente de uma coisa extensa. Uma liberdade para existir. Porque para existir? o porque da existência a liberdade não alcança, porque ela está originariamente arrojada na existência, ou seja, aquilo que é lançado não vivencia o lançamento, porque no momento do lançamento aquilo não é. A trajetória não determina a origem, será sempre um esboço.
Isto que está lendo agora estas palavras, isto é a sua essência, não é? Você é sempre isto, estando “concentrado”, como agora, ou não. “Isto” só consegue “se” perceber dessa forma porque é a existência, nas palavras de Heidegger, Dasein. Sendo existência a cada momento precisa existir, ou seja, viver fora de si, ser “sair” de si. A essência daquilo que nós mesmos somos a cada momento é a existência.
ENTENDEU? PODE TENTAR DIALOGAR PARA EU SABER SE ISTO TEM ALGUM SENTIDO? ALGUMA BOA ALMA PODE ME AJUDAR?