viernes, 21 de marzo de 2008

O que não tem fim não tem título.

Eu fui intimado a escrever,
Escrevo sem o meu corpo querer,
Pois me encantei pelo dizer.

Encanto ou maldição?
A mesma contradição
Do bater do coração.

O que é o homem,
Um monte de carne, osso e impulsos elétricos?
A humanidade, um crescer agonizante frenético?
As palavras, um brinquedo, um direito, um objeto?

Onde eu quero chegar, posso chegar sem saber responder?

Não sei responder, e o pior é que isso não é resposta que se dê.
Afirmar sem firmamento, viver é gozar um lamento,
Tanto quanto mais atento ao fim irreal e concreto.

Porque sempre acabo falando da morte,
Talvez um dia acabe morto.
Será que o morto sabe que morreu?
Se não, a morte existe só pra quem vive?
Morrer e viver, o que é o que é?

Cinco pontos finais, oito interrogações,
Isso merece uma exclamação!
Não! Duas, virgulas são os quebra-molas.

Mas será o benedito,
Coitado do mal dito benedito,
Sempre chamado quando algo dá errado.

Existe um fim de uma poesia sem finalidade?
Sim, a minha vontade.

2 comentarios:

João dijo...
Este comentario ha sido eliminado por el autor.
João dijo...

De fude! tá no sangue da cabeça!
As palavras escorrem da sua cabeça nascente
Acumulam-se vibrantemente em suas mãos
Chocam-se pressionando a saída, nascimento
E basta um furo de alfinete, pé de vento
Para virarem canção, mera cacimba
É tanta água, que se faz um amazonas
É tanta flor, que se planta um bosque
É tanta idéia, que se enche um livro
Corta teu peito por inteiro, liberta-te
Usa a caneta, o teclado, instrumento cirúrgico
Vira luz e esquece da morte!