Uma poesia de mentira
Eu adoro a mentira.
O pior é que é uma fé cega, idolatria, um vício,
Eu sei que tenho que parar, mas me sinto incapaz.
Contribui muito que eu não conheça ninguém sincero.
Ouvir mentiras é como sentir o cheiro da fumaça,
O barulho da pedra do isqueiro riscando,
É uma fagulha para minha imaginação viciada.
Se falando necessito uma lembrança que não me vem,
Invento e sigo o discurso, nisso que mal tem?
Se me sinto desafiado por um sorriso maroto, safado,
Que não assume a extrema vontade de roçar o corpo suado,
Que quer ouvir antes uma historia no pé do ouvido grudado,
Divirto-me criando histórias onde a moral é o pecado,
E se ela pedir com carinho, só me olhando de ladinho,
Digo-me apaixonado.
Mas isso tudo é detalhe, perto da mentira maior,
Que ouço dentro de mim e não conheço o autor.
Ela me diz que eu estou no caminho certo,
Mas eu não sei aonde vou.
Diz-me que nada mudou,
Mas eu não vejo tudo e nada é o mar aberto,
Com ondas inumeráveis, nunca imóveis,
Nada estático.
De vez em quando penso que o culpado é o pensamento.
Lamento, mas aceito, o fardo é finito.
Mas seria talvez bonito dizer eu te amo,
Confiado que este “eu” não está mentindo,
Conhecendo o amor, seu valor e sentido.
Lendo esta poesia, não me surpreende que pareça falsa,
Mentirosa, fingida, forçada, artificial.
Não se surpreenda também, animal!
Eu sou mentiroso! Eu não digo a verdade!
Dirão alguns: - Mentira! Mentira!
Concordo, direi eu, sinceramente.
2 comentarios:
Maravilha! Dizer qq outra coisa seria mentir, e isso vc sabe q eu não faço.
este poema descreve bem o que sinto!!
mentira é boa p quem manda e dolorida p quem recebe!!
vc pedro morreu, deixou um vazio enorme sinto sua falta.
e desculpe mais Larr não ira substituir vc!!
puxa!!
hoje estou de luto!!
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