miércoles, 16 de abril de 2008

Há mar


Há mar

Navegar é preciso
Quando mar eres tu.
Me afogar necessito
Em teu corpo nu.

Naufragar é bendito,
Te tragar gota a gota,
Sou um peixe esquisito
Que se mata pela boca.

Tua boca, saliva,
Tuas águas, meu mar.
Como loca me alisa
Para logo arranhar.

Teus dentes, tuas unhas,
Minhas chagas de amor.
Teus quentes gemidos
No pé do ouvido
Na altura que for.

Tua cor, tuas cores,
Minha flor de sabores,
Odores do paraíso.
Tua dor, minhas dores,
Um louvor aos horrores,
Curar-te preciso.

Dentro de ti respiro
E espero não te esgotar.
Se queres me retiro,
Não quero te incomodar.
Meu derradeiro suspiro
Sorrindo a te olhar.

Teu corpo, atmosfera.
Teu gosto, meu vício.
Te como feito pantera,
desconheço desperdício.

1 comentario:

João dijo...

chupa caetano que a cana é doce, ilalá!